"Vivemos ainda nesse estranho regime que associa a moralidade à crença religiosa, como se existisse alguma relação entre religiosidade e comportamento moral, como se não soubéssemos nada sobre a lambança feita pelos padres com as crianças e adolescentes – para não falar dos séculos de lambança obscurantista e anticientífica promovida pelas religiões..." Idelber Avelar

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

EU PERDOARIA DEUS - Por Divina De Jesus Scarpim

EU PERDOARIA DEUS:

Por Divina De Jesus Scarpim
https://www.facebook.com/wilpersil/posts/664020526972196

Sabe aquela foto que tem uma criança negra, hipermagra, quase morrendo de fome e sendo observada de perto por um urubu? Aquela foto que deu prêmios ao fotógrafo e não sei se deu alguma esperança de salvação para a criança? Pois bem, eu perdoaria deus por aquilo se ele não fosse onisciente.

Vi no Discovery Channel que existe um tipo de fungo que se aloja dentro da cabeça de algumas formigas. Lá eles vão crescendo e a formiga começa a ficar maluca, totalmente desnorteada. Daí as outras formigas percebem e afastam o mais que podem a colega infectada do formigueiro porque se ela permanecer no grupo todo o formigueiro será exterminado. Então o fungo atinge um crescimento tal que a cabeça da formiga é furada de dentro pra fora e o fungo sai “plantado” nela como tentáculos, só depois de algum tempo a formiga morre. Eu perdoaria deus por isso se ele não fosse onipotente.

Você sabia é claro, que existiu mais de um lugar chamado Campo de Extermínio onde durante a Segunda Guerra Mundial milhões de pessoas - homens, mulheres, velhos e crianças - foram torturados das mais diversas formas, humilhados das mais diversas e requintadas maneiras e mortos de uma forma tão organizada e eficiente que lembra verdadeiras “linhas de montagem” de matar pessoas. Pois bem, eu perdoaria deus por isso se ele não fosse onipresente.

Uma mãe passarinha se coloca na frente do veneno de uma cobra, afasta-se do lugar o mais que pode e depois até se deixa picar para desviar a serpente de seu ninho e salvar seus ovos ou filhotes. Um industrial alemão chamado Schindler, horrorizado com o que estava acontecendo em seu país, usou seu dinheiro, sua influência e sua capacidade de argumentação para salvar dezenas de judeus dos “chuveiros”. Uma ursa se fecha em uma caverna onde passa todo o inverno sem se alimentar e de onde sai quase morta na chegada da primavera porque esteve todo esse tempo amamentando, protegendo e aquecendo seus filhotes. Deus não faz nada disso, mesmo sendo bondoso, imortal, onipotente, onisciente e onipresente.

Alguém me dirá então que a passarinha foi guiada por deus para assim agir e salvar seus filhotes, que deus “usou” Schindler para salvar aqueles judeus da morte, que foi deus quem deu forças à ursa para que ela pudesse alimentar seus filhotes até que chegasse a primavera e eles estivessem crescidos o suficiente para sair da toca e conhecer o mundo. Dirão que “não se moverá uma folha em uma árvore se deus assim não quiser”... TUDO que acontece, acontece porque deus quer, dirão.

Deus quer então que muitos filhotes e ovos de passarinho sejam encontrados e mortos pelas serpentes, por que salvar apenas alguns? Deus queria que milhões de pessoas fossem mortas nas câmaras de gás nazistas, por que salvar apenas alguns poucos? Deus queria que ursa e filhotes fossem atacados e mortos por predadores ou caçadores assim que saíssem da caverna no comecinho da primavera, por que então exigir tanto sacrifício da pobre mãe semimorta de desnutrição? Eu perdoaria deus por tudo isso se ele não fosse todo poderoso.

Sim, eu perdoaria deus pelos males que existem no mundo se ele não fosse tão poderoso quanto os religiosos dizem que ele é. Se ele tivesse criado o mundo estando sujeito às diversas leis que obrigam os seres vivos a se matarem e se devorarem num banho de sangue eterno, então eu o perdoaria.

Se eu pudesse saber que deus não estava presente em alguns lugares e em alguns momentos da história porque ele não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, eu o perdoaria. Se eu soubesse que ele não tem como conhecer o que vai na cabeça e no coração de todas as pessoas e não tem como conhecer o futuro próximo ou distante e por isso não interfere na vida de pessoas animais ou plantas de forma a evitar grandes catástrofes, eu o perdoaria.

Se de alguma forma eu pudesse saber que no caso de calamidades de grandes proporções, causadas pela natureza ou pelos homens, deus não consegue salvar mais do que algumas vidas mesmo querendo e desejando muito salvar a todos e querendo muito poder evitar que a catástrofe aconteça; aí, sem dúvida nenhuma, eu o perdoaria.

E se eu soubesse que deus não tem como evitar que nasçam seres vivos, humanos ou não, com defeitos graves como aleijões, deformações genéticas ou deficiências mentais e não tivesse nenhum poder para evitar a existência de doenças graves como o câncer, a AIDS ou a velhice, com certeza nesse caso eu o perdoaria.

Verdade, se deus realmente existisse, mas não fosse aquele ser tão poderoso, grandioso e incrível que durante a vida toda tentaram me fazer crer que ele é, não só eu poderia perdoá-lo como ainda teria um triste, profundo e imenso sentimento de piedade por ele.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

UNIVERSO WILLIAM PEREIRA 2013: O Sermão da Montanha

UNIVERSO WILLIAM PEREIRA 2013: O Sermão da Montanha:

Hoje abri a Bíblia e fui ler o sermão da montanha Mateus, Capítulos 5 - 7. Com 109 versículos, e veio algumas indagações a respeito. Jesus estava lá falando para multidões. Alguém escreveu no momento em que Jesus falava para registrar tudo o que foi discursado? Lendo percebemos que o discurso é bem elaborado, extenso. Se ninguém escreveu como foi que Mateus cujo nome é Levi depois de 60 anos consegui escrever com mínimos detalhes o sermão da montanha? Ele estava presente na hora do discurso ou foi repassado por outras pessoas durante os anos? Se não escreveram na hora o cara que decorou tinha uma memoria fantástica. Todo o evangelho de Mateus foi escrito em Aramaico (Dialeto hebraico), segundo uma antiguissima tradição. Este texto não foi conservado, foi depressa traduzido para o Grego. O tradutor, em certos lugares, parece que se serviu do texto de Marcos. Vejamos e analisemos todos esses processos pelo qual o texto passou em tradução, copias do texto de Marcos, que dizem testemunhou a vida e da atividade de Jesus, mas teve seus ensinamentos vindo de Pedro para compor seu evangelho que foi em meados dos anos 64. O nome de Marcos é João Marcos do qual se fala nos atos do apóstolos, 12, 12. Como este discurso aparece na Bíblia tão bem elaborado, com uma gramatica perfeita, verbo, substantivos, adjetivos, tudo em ordem, revisado, analisado? Como ele aparece tão completo, extenso sendo repassado de uns para outros durante esses anos?

Complemento :http://super.abril.com.br/.../quem-escreveu-biblia-447888... A maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu. Naquela época, um “livro” era um amontoado de papiros avulsos, enrolados em forma de pergaminho, podendo ser facilmente extraviados e perdidos. Mas alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão, por membros da Igreja. Até que, por volta do século 4, tomaram o formato de códice – um conjunto de folhas de couro encadernadas, ancestral do livro moderno. O problema é que, a essa altura do campeonato, gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações nos textos originais – seja por descuido, seja de propósito. “Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram o sentido dos textos. Em certos casos, tais erros foram também propositais, de acordo com a teologia do escrivão”, afirma o padre e teólogo Luigi Schiavo, da Universidade Católica de Goiás. Quer ver um exemplo?
Sabe aquela famosa cena em que Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada? De acordo com especialistas, esse trecho foi inserido no Evangelho de João por algum escriba, por volta do século 3. Isso porque, na época, o cristianismo estava cortando seu cordão umbilical com o judaísmo. E apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes-escritores judeus haviam colocado no Pentateuco. A introdução da cena em que Jesus salva a adúltera passa a idéia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá – e, portanto, os cristãos já não precisavam respeitar ao pé da letra todos os ensinamentos judeus.
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