Einstein, Albert (1879-1955)
Se havia alguma dúvida sobre o ateísmo de Einstein, agora não pode haver mais contestação. Em uma carta manuscrita assinada pelo cientista (imagem divulgada), ele diz:
"A palavra Deus para mim nada mais é que expressão e produto das fraquezas humanas. A Bíblia é uma coleção de lendas veneráveis, mas primitivas e infantis".
"Para mim, a religião judaica, como todas as outras, é a encarnação de algumas das superstições mais infantis. E o povo judeu, ao qual tenho o prazer de pertencer e com cuja mentalidade tenho grande afinidade, não tem qualquer diferença de qualidade para mim em relação aos outros povos".
A carta, datada de 03-janeiro-1954, dirigida a um amigo – o filósofo Eric Gutkind – foi a leilão no dia 15-05-08 em Londres, pela casa de leilõesBloomsbury Auctions.
Esperamos que o arrematante não seja um religioso, já que neste caso ele poderia depois queimá-la, e no futuro alardear que as provas do ateísmo de Einstein não existem, e suscitar novas dúvidas, tal como no passado se queimavam todos os textos que pudessem desacreditar o Deus.
Durante décadas, em virtude de interpretações equivocadas das palavras de Einstein, os religiosos difundiram que ele era religioso. Curiosamente, até o ateu Bertrand Russell suspeitava de sua religiosidade, pois o filósofo-matemático chegou a dizer que em assuntos de crença Einstein parecia manter-se no colo da mãe.
Uma das alegações para a crença de Einstein foi sua frase: “Deus não joga dados”. Depois se descobriu que a frase – extraída de seu contexto – não constituía nenhuma prova de religiosidade. Mas foi profusamente usada por religiosos como atestado de sua crença.
"Foi, claro, uma mentira o que o senhor leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que vem sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal e nunca neguei isso, ao contrário, tenho expressado isso claramente. Se há algo em mim que pode ser chamado religioso é a ilimitada admiração pela estrutura do universo até onde nossa ciência possa revelá-la”.
Segundo o Prof. Rizzolo, em mais outra oportunidade, recusando o convite de um rabino para frequentar a sinagoga, Einstein responde:
"Desde o ponto de vista de um padre jesuíta eu sou, claro, e sempre tenho sido, um ateu. Eu tenho dito repetidamente que a ideia de um Deus pessoal é infantil. Você pode me chamar de agnóstico, mas eu não compartilho o espírito de cruzada (crusading spirit) dos ateus profissionais cujo fervor é principalmente devido a um doloroso ato de libertação dos grilhões da doutrinação religiosa que eles receberam na sua juventude. Eu prefiro uma atitude de humildade correspondente com a fraqueza de nossa compreensão intelectual sobre a natureza e nosso ser."
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