NATAL DE MATEUS E LUCAS
Por William Pereira da Silva
Quando o Natal se aproxima sempre voltam às velhas reflexões, as dúvidas, as contradições dos velhos textos bíblicos. Poucas pessoas sabem, mas somente dois livros dos evangelistas que foram o São Mateus e São Lucas que narram sobre o nascimento de Jesus Cristo, inclusive de formas diferentes. Em Mateus tem a visita dos reis magos, a perseguição de Herodes, Jesus nasceu em Belém de Judá, Herodes traído pelos reis Magos, ordena a matança das crianças, Jesus foge para o Egito, Herodes irado manda matar massacrando todos os meninos de dois anos abaixo, sendo cumprido o que foi dito pelo profeta Jeremias, “Em Rama se ouviu uma voz, choro E grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolações, por que já não existem!
No evangelho de São Lucas no sexto mês, o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada concebe Jesus... Nasceu num presépio, veio pastores visitá-los, houve festas, louvores, foi levado para Jerusalém, aos doze anos já freqüentava os templos no meio dos doutores.
Somente este dois evangelhos falam do nascimento de cristo, dois pequenos livros escritos por homens, um cujo nome verdadeiro é Levi que é Mateus, coletor de impostos, antes de ter sido chamado pelo senhor para fazer parte do colégio apostólico, redigiu seu evangelho em aramaico (dialeto do hebraico), segundo uma antiqüíssima tradição, nos anos 60. Esse texto, não é conservado, foi depressa traduzido para o grego. O tradutor, em certos lugares, parece que se serviu do texto de Marcos.
Lucas é de origem grega. É também um companheiro nas missões de Paulo. Lucas escreveu também Os atos dos Apóstolos pouco antes de 68. Seu evangelho é, pois, anterior a essa data. Embora não tenha ele sido testemunha ocular dos acontecimentos, seu livro é digno de credito por causa do cuidado que teve o autor em documentá-lo. Ele utilizou certamente o texto de Marcos e o de Mateus.
As narrações da vinda do cristo, do nascimento de Jesus se resumem a pequenos parágrafos em dois textos pequenos e distintos nos dois evangelhos e com algumas divergências como mostrado no inicio do texto, muito resumido para a crença dada ao evento. Num livro, José e Maria foge para o Egito, noutro não, num há Reis vindo de outros lugares, noutro apenas pastores locais, quem esta inventando melhor
A perplexidade deixada em alguém que lê atentamente essas narrações, em saber que milhões de pessoas e culturas se deixam levar somente por estes pequenos relatos e crer que existiu tais fatos, dá-nos uma sensação de ignorância suprema a grande parte da humanidade. Crer fielmente que realmente nasceu e existiu esse Jesus Cristo negado até pelos Judeus que tem a Bíblia como um livro Santo com os ensinamentos de um Deus. Num só livro a discórdia da existência do nascimento de Jesus, quer dizer, o Natal é duvidoso, será por isso que inventaram Papai Noel para disfarçar a grande mentira?
Lendo o livro de José Saramago o Evangelho Segundo Jesus Cristo, numa reinterpretação feita pelo premio Nobel da Paz ele insinua situações que nos faz refletir bastante; - Por que José e os anjos não avisaram também as outras famílias das intenções de Herodes em matar as crianças abaixo de dois anos em represália ao nascimento de Jesus? Essas famílias não tinham o direito de criar seus filhos? Até hoje em Rama Raquel chora seus filhos...
Melhor Papai Noel, que não teve de matar ninguém, só dar presentes e felicidades para haver muitas festas e manter o desejo insano de consumo material que há em nós. O Nascimento pobre e sangrento de Jesus ou a felicidade do velho Papai Noel? Pra mim, nem um nem outro, a razão e as reflexões deveriam vir primeiro para sabermos o que estão inventando para nós e nos aprisionarmos nesta rotina de um calendário anual de eleições, de natal, férias, aulas, carnaval, páscoa, semana santa, festejos juninos, comemorações cívicas, procissões de devoções a santos e santas... Aí o ciclo repete-se por milhares de anos a fio. E nada muda em razão e reflexões. Infeliz eu? Que nada! Festa e diversão têm em todos os lugares. Viajar, pescar, caçar, excursões, expedições, roda de amigos e um bom barzinho já é muito estilo de vida e boa diversão.
“Em Rama se ouviu uma voz, choro E grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolações, por que já não existem!
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