"Vivemos ainda nesse estranho regime que associa a moralidade à crença religiosa, como se existisse alguma relação entre religiosidade e comportamento moral, como se não soubéssemos nada sobre a lambança feita pelos padres com as crianças e adolescentes – para não falar dos séculos de lambança obscurantista e anticientífica promovida pelas religiões..." Idelber Avelar

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

FALTA DE EDUCAÇÃO PELA FÉ

Estava sentado num posto de saúde esperando ser atendido pelo odontólogo. Assistia a televisão, de repente, sem pedir licença uma senhora desliga a televisão, tira o gancho do telefone público, desliga o ventilador e dirige a palavra aos presentes. Logo percebi as intenções ao começo das suas palavras. Era uma protestante que iria pregar a palavra do evangelho e convidando a todos para uma oração. Meu pensamento inicial foi me retirar do recinto. Primeiro pela falta de educação dela, depois por seu ateu e não crer neste tipo de pregação imposta sem nenhuma consulta aos presentes, deveria ao menos saber que tipos de pessoas estavam disposto a ouvir suas crenças. Podia ter em maioria  muçulmanos, hindus, judeus, agnósticos, ateus e pessoas de outras crenças, o que resultaria em constrangimento para ela. Notei que somente eu não acompanhou as orações e ter de ficar em pé para ouvir a palavra de Deus sendo logo notado por todos, foi nesse momento que começou aquela ladainha de crentes, uns clamavam a jesus, outros balbuciavam palavra em tom baixo, mas todos já naquele "êxtase crental". Pensei me ausentar do local, mas ainda bem que encerrou a sessão alienante. Permaneci no local e comecei a meditar como é difícil a situação do ateu num país de cristão. Essa senhora pode agir livremente sem pedir autorização de nenhum presente, entretanto caso tivesse sido eu a agir daquela forma com certeza todos se voltariam contra mim, primeiro seria tachado de mal educado, arrogante, metido, seria reprovado por ter desligado o ventilador, o telefone e a televisão, mas como sabemos que todo crente é mal educado quando se refere a pregar a palavra de Deus que nada daquilo me estranhou, apenas comprovou mais uma vez o quanto eles, em nome da salvação, são insensatos a situação alheia, prova disso são aqueles cultos em calçadas com serviços de som  de péssima qualidade e cantores ruins. Aquelas encenação de possessão, de curas, aqueles louvores em cultos públicos chegando a extremo ridículo. E assim caminha a humanidade na sua infantilidade.

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