Cristãos e Judeus Perante o Dinheiro.
“... para os judeus, é desejável ser rico, ao passo que para os cristãos é recomendável ser pobre. Para uns, a riqueza é um meio de melhor servir a Deus; para os outros, ela só pode ser nociva à salvação. Para uns, o dinheiro pode ser um instrumento do bem; para os outros, os efeitos dele são sempre desastrosos. Para uns, todos podem usufruir do dinheiro bem ganho; para os outros, ele não deve ser acumulado em nossas mãos. Para uns, morrer rico é uma bênção, desde que o dinheiro tenha sido adquirido com moralidade e que a pessoa tenha cumprido todos os seus deveres em relação aos pobres da comunidade; para os outros, morrer pobre é a condição necessária da salvação”. “... “é mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. ...” (Mateus, 19,24); (p.109) o judeu diz: “amar a Deus com todas as suas riquezas”, (p.131) enquanto o cristão contempla apenas Deus: “amar a Deus sobre todas as coisas”.
O juro e o dinheiro: “... “Fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca”. ...” (Lucas, 6,35); “... para os judeus, ... extrair juros do dinheiro não é imoral; e, se não se deve fazer isso entre judeus, é por solidariedade, e não por proibição moral. O dinheiro ... é uma riqueza fértil, e o tempo é como um espaço a ser valorizado. Para os cristãos, ao contrário, assim como para Aristóteles e os gregos, o dinheiro - tanto quanto o tempo – não produz riqueza por si mesmo ...; por isso, fazer comércio de dinheiro é um pecado mortal. [...] Fazer o dinheiro trabalhar corresponde a fornicar ”. (p.109) (Mas se você não recebe o juro, por que você emprestaria seu dinheiro a alguém, ainda mais quando existe a possibilidade de não recebê-lo de volta?)
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