"Vivemos ainda nesse estranho regime que associa a moralidade à crença religiosa, como se existisse alguma relação entre religiosidade e comportamento moral, como se não soubéssemos nada sobre a lambança feita pelos padres com as crianças e adolescentes – para não falar dos séculos de lambança obscurantista e anticientífica promovida pelas religiões..." Idelber Avelar

sábado, 3 de dezembro de 2011

Crer ou não crer, eis a percepção.

Por William Pereira da Silva
O ateísmo no seu sentido mais amplo pode ser definido com a não crença e a rejeição  de Deus, na inexistência de divindades e outros seres sobrenaturais.
O raciocínio de que para ser ateísta é preciso ser uma pessoa culta, sábia, inteligente, ter o QI mais elevado e ser um estudioso das religiões e deuses  não coadunam com observações do dia a dia.
Os seres humanos são semelhantes, nunca iguais, todo mundo tem uma digital diferente, cada  individuo tem uma percepção de mundo  própria. Cada região, cidade, estado, país tem suas culturas e costumes. Individualmente, mesmo dentro de uma só  cultura, pode haver pessoas com uma percepção  diversificada da qual vive,  ver a realidade ao seu redor não concordando com o modo de viver de seu povo, suas crenças, suas tradições.
Acontecem  casos raros, mas existem de pessoas analfabetas serem ateus; um senhor que morava num  ”pé de  serra”, numa comunidade rural, em um município bem distante das grandes cidades, foi visitados por algumas pessoas e demonstrou ser atualizado e ter certos conhecimentos , admirados os visitantes  o interrogaram, como resposta souberam que o mesmo tinha somente um rádio em casa, mas ouvia tudo que era jornal, hora do Brasil, acompanhava futebol, ouvia tudo que podia no seu tempo livre, quando questionado sobre religião e Deus preferiu o silêncio abanando a cabeça de forma negativa.  O Sr. Antônio (Meu pai) semianalfabeto (estudou até 4º ano primário) , em todo  tempo que convivi com ele, nunca o vi rezar, orar, ir numa igreja, discutir religião, entretanto quanto questionado sobre a existência de Deus ele apenas sorria e dizia baixinho, não acredito.
Em conversas nos  bares encontrei  com gente que dizia acreditar em Deus somente para não ter que viver questionando com pessoas que frequentavam religiões, porém tinham suas dúvidas  na existência de um ser superior.  Outras não acreditavam procurando sempre se abster de falar do assunto, todas  pessoas comuns com nível escolar do fundamental ou do ensino  médio.
Dentro das religiões existem inúmeros  ateus embutidos, clamam o nome de Deus sabendo que ele não existe, tanto faz ser o papa como um pastor evangélico semianalfabeto que começa sua igreja no fundo de quintal da sua casa, num  só intuito, conseguirem  adeptos para angariar dinheiro. Todos que vivem de religião e ler a Bíblia sabem que seu maior ícone, Jesus Cristo abominou veementemente qualquer tipo de riqueza ou acumulação de bens, portanto esses pregadores que odeiam ateus são exatamente ateu estando na religião somente na intenção do enriquecimento, Deus que se dane junto com seu Filho que vem disser que dinheiro não presta exemplo, doutrina da prosperidade.
Categorizar o ateu fica muito complexo, sou ateu por não crer no Deus da Bíblia Sagrada que conheci ainda criança, não participei de nenhum estudo mais aprofunda para ter dúvidas e não crer, foi somente observando aqueles religiosos que faziam  como tem num adágio popular; “Façam o que eu digo, mas não faça o que faço”. Diziam ser verdades a escritura bíblica, mas nunca moveram um dedo para cumprir o que estava escrito lá. Foi daí que desconfiei começando minhas dúvidas e passando a não mais crer em religião ou Deus. E tinha somente  treze anos de idade.



Um comentário:

  1. William,

    Tenho sempre lido seus artigos pois compartilho com suas ideias, o ser humano gosta de complicar as coisas, acreditar no impossível, como se esta vida não lhe bastasse, no entanto, quando o estômago grita, a situação muda, mas a fome passa e tudo volta ao que era antes, pois bem, o homem ignorante está mais próximo do óbvio e, quando não acuado pelos pardais [religiosos], ele tira suas próprias conclusões de forma racional, é o caso citado por você no texto, explicitando toda a problemática, gostei muito, parabéns.
    Um abraço,

    Anibal.

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